Candidaturas abertas à 7.ª edição do concurso internacional de fotografia “A inclusão na diversidade”

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Candidaturas abertas à 7.ª edição do concurso internacional de fotografia “A inclusão na diversidade”

O concurso internacional de fotografia “A inclusão na diversidade”, promovido pela Plural&Singular, marca gerida pelo Núcleo de Inclusão, Comunicação e Media, está de volta para celebrar a inclusão, a equidade e a igualdade de direitos e oportunidades numa sociedade caracterizada pela diversidade. Participe!

Estão abertas, até 15 de outubro, as candidaturas à sétima edição desta iniciativa que este ano quer, de uma maneira geral, prestar uma homenagem a todas as etnias existentes no mundo e sublinhar a importância de todos os povos preservarem as respetivas identidades culturais, costumes e tradições e, em particular, chamar a atenção, para a valorização e divulgação da cultura cigana como forma de preservar a identidade e promover uma melhor inclusão.

Portugal é hoje uma sociedade com pessoas de diversas origens mas o aumento do racismo e da xenofobia, a par do crescimento dos movimentos de extrema-direita são uma ameaça à diversidade e ao diálogo intercultural no seio da sociedade portuguesa, na Europa e no resto do mundo.

O European Social Survey aponta que Portugal é o país europeu que mais acredita que há raças ou grupos étnicos que nasceram menos inteligentes e trabalhadores. Esta ideia de racismo biológico é defendida por 52,9% da população portuguesa. Além disso, no último eurobarómetro sobre o tema, 67% dos portugueses inquiridos consideram que a discriminação com base na origem étnica está enraizada na sociedade.

Apesar de todos os antecedentes desfavoráveis as comunidades ciganas têm conseguido preservar os costumes, as crenças e as instituições comuns que fazem parte da sua cultura, mas as desigualdades e a discriminação de que são alvo são visíveis em todos os indicadores, desde a procura de emprego até à educação, passando pela habitação e acesso a cuidados de saúde.

“A equipa da Plural&Singular e do Núcleo de Inclusão não pode, simplesmente, assistir à apropriação discriminatória da informação para continuar a alimentar estereótipos negativos e não fazer nada. É nesse sentido que se pretende aproveitar a visibilidade do concurso de fotografia para alertar para estas questões. Esta já é a ‘missão’ desta iniciativa, mas em cada ano queremos reforçar sempre mais essa intenção de defesa da igualdade de direitos e de oportunidades e da promoção da paz”, refere a organização do concurso.

O concurso internacional de fotografia “A inclusão na diversidade” promove a equidade e a igualdade de oportunidades e, sete anos depois do lançamento desta iniciativa, a revista digital Plural&Singular, gerida pelo Núcleo de Inclusão, Comunicação e Media, decidiu convidar Maria Gil para júri com o intuito de chamar a atenção para a interseção entre dois eixos de opressão: a etnia e o género.

“Foram seis edições a dirigir convites a pessoas para integrarem o painel de jurados sempre ligadas às questões da inclusão na deficiência. O ano passado já focámos um pouco as questões de género na deficiência, mas este ano era imperativo ajudar a desconstruir os estereótipos e preconceitos negativos que muitas pessoas, algumas até assumindo-os publicamente, manifestam em relação às comunidades ciganas. A Maria Gil é um dos rostos desse ativismo e nada melhor do que nos juntarmos a quem melhor conhece as opressões existentes”, explica a organização em relação à escolha da jurada em 2020.

Maria Gil é mulher e cigana – tendo em consideração a conotação negativa da palavra prefere usar o termo roma. Vive no Porto, é mãe de quatro filhos, atriz e ativista dos direitos humanos.

Enquanto ativista tem participado em palestras, debates, sessões de esclarecimento e ações de sensibilização na luta pela dignidade dos portugueses ciganos mas também participa em ações de solidariedade em prol da comunidade em geral.

Maria Gil responsabiliza, em parte, os media e os jornalistas por serem “perpetuadores da injustiça e desigualdade” de que as comunidades ciganas são alvo, mas por outro lado considera que o teatro que tem vindo a fazer é uma “excelente ferramenta para dar voz à invisibilidade”, mas também entende que a fotografia tem o poder de ajudar a desconstruir os estereótipos e preconceitos negativos existentes.

“Fazemos parte da sociedade, somos portugueses ciganos com características específicas. O que me interessa a mim é que a comunidade geral comece a dar ouvidos às nossas reivindicações, principalmente, enquanto mulheres portuguesas ciganas”, conclui.

A ativista vai juntar o olhar “amador” na avaliação das fotografias, como vem sendo habitual, ao olhar técnico dos dois especialistas que completam o trio de jurados: Sónia Silva, em representação do Centro Português de Fotografia, nomeada presidente do júri, e o fotojornalista do jornal Público, Paulo Pimenta.

De resto, tudo permanece igual. O Centro Português de Fotografia (CPF), continua a ser o parceiro principal desta iniciativa e o local que acolhe a exposição dos vencedores.

Este concurso de fotografia, em 2020, continua à procura da “inclusão na diversidade” e desafia tanto fotógrafos amadores como profissionais a participar, se quiseram também com exemplares de exclusão, apontando o dedo à discriminação que ainda teima em existir quer nas questões que digam respeito à deficiência, como também ao género, à orientação sexual, religião, raça e etnia, idade, enfim qualquer questão que dê lugar a atos discriminatórios associados às ‘diferenças’.

Outros dos propósitos desta iniciativa é assinalar o aniversário da Plural&Singular e o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, ambos comemorados a 3 de dezembro.

A Plural&Singular volta a lançar um repto a todas as entidades e instituições para participarem e darem a conhecer os projetos que poderão estar por trás das imagens que candidatam. Mais do que ganhar, o objetivo é contribuir para o registo da Inclusão na Diversidade, participando…

Embora esteja patente no regulamento, nota para o facto das fotografias serem avaliadas com base nos seguintes critérios: adequação ao tema do concurso; originalidade; criatividade; composição e podem concorrer todos os fotógrafos, amadores e profissionais, crianças e adolescentes, jovens, adultos e idosos, a título individual ou em representação de alguma entidade.

Em 2014, naquela que foi a edição de arranque do “A Inclusão na Diversidade” estiveram a concurso 61 fotografias, tendo o CPF registado a visita de 3.802 pessoas à exposição que resultou desta iniciativa. Em 2015 estiveram 85 fotografias a concurso e a exposição recebeu 5684 visitas. Na 3.ª edição do concurso de fotografia “A inclusão na diversidade”, em 2016, a participação superou as expetativas da organização: contabilizaram-se 144 imagens candidatas, um número que ultrapassa as duas edições anteriores e 3.901 pessoas visitaram a exposição do CPF. Na edição de 2017 o concurso recebeu 107 fotografias, metade das candidaturas eram internacionais e a exposição no CPF recebeu 6.542 visitantes. Em 2018 o concurso recebeu 149 fotografias, o artigo de lançamento desta edição do concurso teve 16460 visualizações. O ano passado contabilizaram-se uma centena de fotografias.

Por último, sublinhar que os vencedores do concurso são anunciados publicamente com o lançamento da 25.ª edição da revista digital Plural&Singular durante a manhã do dia 3 de dezembro e numa cerimónia a realizar na parte da tarde no Centro Português de Fotografia, no Porto.

As candidaturas podem ser entregues por correio ou por email até 15 de outubro.

Mais informações através do email geral@pluralesingular.pt ou pelo telefone 913077505

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