Em consequência da demissão de Rui Leite do cargo de presidente do Conselho de Administração da Cercigui, foi apresentada uma lista única às eleições antecipadas da instituição vimaranense, realizadas a 08 de novembro. O Fórum Municipal das Pessoas com Deficiência de Guimarães entrevistou Bruno Faria, o presidente eleito da direção que agora vai dirigir os destinos da organização até ao final do mandato que termina em 2022.
Fórum Municipal (FM) – Quem é Bruno Faria?
Bruno Faria (BF) – Sou um cidadão comum, criado na nossa cidade. Vivi até aos 13 anos em S. Tiago de Candoso, nessa altura fui viver para o centro de Guimarães. Entretanto construí a minha vida com um casamento, tenho dois filhos. Entretanto divorciei-me há seis anos. Profissionalmente tenho uma empresa de cariz familiar que já vem do meu pai, na indústria de joias, da qual hoje sou sócio com o meu irmão e vivo, essencialmente, disso. Paralelamente a isso tive sempre muito interesse na política concelhia e em 2001 candidatei-me, ganhei e fui durante 16 anos presidente de junta de freguesia de S. Tiago de Candoso com um mandato após a agregação com Mascotelos. Felizmente sempre de uma forma confortável mas abdiquei a meio, por cansaço, foi um ciclo que se fechou. No meio deste percurso tive talvez a situação que mais me preencheu a nível pessoal e a nível intelectual que foi construir um centro social – com três valências essenciais: lar residencial, centro de dia e creche – através do programa PARES e estive durante seis anos na direção da instituição.
FM – Essa vertente profissional mais ligada à área de formação académica, certo?
BF – Sim, sou assistente social de formação. Nunca exerci diretamente mas na vida política e social exerço de alguma forma.
E dá jeito esse background?
BF – Sim, claro. Mesmo agora na Cercigui… A questão dos acordos, as partes mais técnicas são contextos que não são de todo novos para mim.
FM – Como chegou até aqui?
BF – Cheguei por um convite de uma amiga que se lembrou que eu podia ser presidente e convidou-me. Confesso que fiquei muito alarmado na altura, era uma coisa que não fazia parte dos meus planos até porque tive uma vida política e social durante 20 anos, achava que era altura de fazer uma pausa. É óbvio que quem está, alguns anos, ligado seja a uma junta, seja a uma instituição acaba por sentir falta desse dia-a-dia e na altura houve um misto de “vou, não vou”. Fui conhecendo as pessoas e fui-me entusiasmando.
FM – Passou a sentir vontade de dar esse passo, até pela confiança nas pessoas que o rodeavam?
BF – Óbvio. Somos uma equipa que tem que funcionar e ganhei essa cumplicidade com as pessoas e fui admitindo essa possibilidade. Fui candidato há dois anos. Fiquei num honroso segundo lugar e agora criou-se esta situação, nomeadamente uma demissão. Eu entendo que uma instituição como esta estava na altura de agregar e mediar e tornou-se possível fazê-lo, ouvir e unir mais pessoas, trazer mais projetos e chegamos aqui: Uma lista única com um sentido muito agregador e com muito trabalho de equipa.
FM – Está rodeado por quem?
BF – Tentámos fazer uma lista de acordo com as necessidades e com o tipo de gestão que eu acho que é importante. A Manuela Gonçalves ligada à contabilidade, ficará muito próxima à tesouraria da instituição, uma vertente muito mais técnica na área financeira. Depois temos o Carlos Gonçalves que é uma pessoa que está ligado profissionalmente ao IEFP, percebe muito de candidaturas. O nosso Centro de Formação Profissional vai precisar, apesar de termos excelentes técnico aqui. Três pessoas externas à instituição e um misto de personalidades e pessoas que conhecem esta realidade, que nos podem dar informação privilegiada e que vão acompanhar mais de perto e resolver as situações de momento porque, como este cargo não é remunerado, eu tenho que continuar a trabalhar. E nas decisões de fundo somos uma equipa que inclui também um representante dos utentes. O órgão da assembleia geral é sempre o mais formal, mais institucional então fomos buscar uma pessoa que conhece bem os estatutos e é muito experiente que é o engenheiro Raúl Rocha – pode haver igual, mas não há melhor: é uma pessoa experiente, tem muitas ideias, tem abertura e capacidade de diálogo. Para o concelho fiscal escolhemos uma pessoa idónea, o doutor Fernando Lobo Pinheiro, um advogado que tem reputação e uma parte humana essencial. Há esta complementaridade que achei importante e um misto de gente externa com competência técnica com pessoas que estão aqui presentes e que conhecem as fragilidades e dificuldades da instituição.
(Em atualização)
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