Foram dois dias cheios de atividades a fechar o mês de junho que se manifestaram intersecionais, tocando várias áreas, como é o caso da deficiência, LGBTI+, género e migração. Os cuidadores informais foram também protagonistas neste evento, tendo tido um dia dedicado a esta retaguarda ainda invisível nos cuidados a pessoas dependentes e que cuida com e por amor.
No dia 26 de manhã, as crianças que frequentam o pré-escolar da Fraterna tiveram oportunidade de participar n’“A viagem do lixo”, uma sessão que explicou como é que o lixo que se vê nas praias lá vai parar. As crianças experimentaram ainda o Boccia, uma modalidade desportiva que ficaram a conhecer graças à demonstração dinamizada por Cristiana Marques e Miguel Gomes, atletas do Clube da Associação de Paralisia Cerebral de Guimarães, com a colaboração de Marco Ribeiro, coordenador da delegação do Vale do Ave do Centro de Vida Independente.
De tarde foi a vez do psicólogo Carlos Oliveira, coordenador do Bússola – Gabinete de Apoio à Comunidade LGBTQIA+ sedeado na Casa do Povo de Fermentões abordar a linguagem inclusiva ao lançar a questão: “Palavras de que género?” e, de seguida, Valentina Yegros do projeto Pindorama – Espaço seguro para mulheres brasileiras, dinamizado no âmbito do voluntariado realizado e financiado pelo Corpo Europeu de Solidariedade facilitar uma conversa sobre “A interdependência social como base do acolhimento positivo”.
“A comunicação e a discriminação das pessoas com deficiência” foi a última sessão do dia e colocou Ana Catarina Correia do Centro de Vida Independente a falar sobre os conceitos da deficiência e a forma como são utilizados quer pelos órgãos de comunicação social, quer pelo setor político.
A apresentação de resultados do Estórias da Madeira – Oficina de criatividade, empoderamento e transformação pessoal foi no dia 27 de junho, no Instituto de Design de Guimarães e, para o balanço final estiveram presentes vários beneficiários e parceiros deste projeto.
O Palavras Infinitas -Núcleo de Inclusão, Comunicação e Media e pela Because I Care – Associação para Apoiar e Cuidar de Pessoas que Cuidam – as entidades que desenvolvem este projeto apoiado pelo Portugal Inovação Social, através de Fundos da União Europeia, nomeadamente pela Autoridade de Gestão do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE) sendo a Câmara Municipal de Guimarães o seu investidor social – não podiam estar mais satisfeitos com a energia proporcionada pela aula de biodanza realizada de manhã e as mesas redondas que ocuparam a tarde: “O Estatuto do Cuidador Informal e a sobrecarga na prestação de cuidados” e “Quem cuida dos ex-cuidadores?”.
Maria dos Anjos Catapirra, vice-presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais teve oportunidade de fazer um retrato da atualidade nacional deste novo Estatuto e a sua aplicação legal. Depois, foi a vez da psicóloga clínica e da saúde nos cuidados paliativos do Hospital da Senhora da Oliveira, Marta Freitas Figueiredo e da equipa técnica do projeto Consigo, Cláudia Oliveira e Marlene Rodrigues abordarem as questões do luto e do desamparo geral dos ex-cuidadores quando, seja por que motivo for, deixam de cuidar.
Sobre o autor