No passado domingo, 21 de julho, o Auditório da Fnac de Guimarães foi palco de uma tarde de boa conversa com o evento “Café com tudo incluído”, um debate que reuniu vozes importantes na luta pelos direitos das pessoas com deficiência. Este encontro, promovido pela delegação do Val do Ave do Centro de Vida Independente (CVI) e pelo Projeto Sara Coutinho, não só celebrou o Mês do Orgulho na Deficiência como também trouxe à tona questões fundamentais sobre mobilidade e inclusão.
Com a participação dinâmica de Sara Coutinho, Marco Ribeiro, Cristiana Marques e muitas outras pessoas presentes, o debate foi muito mais do que uma simples troca de ideias. Foi um grito a apelar por mudanças urgentes na nossa sociedade. Discutiram-se temas essenciais como o direito à diferença, a importância de cidades mais acessíveis e inclusivas, e a necessidade de uma linguagem legislativa atualizada que respeite a dignidade das pessoas com deficiência.
Num ambiente de partilha e reflexão, ficou clara a urgência de rever a forma como as cidades são planeadas. Falou-se da falta de acessibilidade no Centro Histórico, dos perigos de pisos inadequados, da ausência de casas de banho adaptadas, e do comércio tradicional que ainda permanece inacessível. Como bem observou Sara Coutinho, “quando num local há escadas e uma rampa, as pessoas sem deficiência sobem pela rampa e não pelas escadas que são uma barreira arquitetónica. Se é assim, porque continuam a construir escadas?” Uma pergunta que ecoa como um desafio à lógica ultrapassada das infraestruturas atuais.
Cristiana Marques, com a sua habitual energia, lembrou os presentes do poder transformador da autonomia: “As cadeiras são as nossas pernas, as nossas asas. Só precisamos que nos deixem voar.” A imagem de liberdade que ela evoca é poderosa e ilustra perfeitamente a reivindicação diária por mobilidade e inclusão.
Marco Ribeiro, mentor do evento, resumiu o espírito da tarde com uma mensagem de otimismo: “Ver tantas pessoas animadas e participativas reafirma a importância de continuarmos a promover a inclusão e a diversidade na nossa comunidade.” De facto, o entusiasmo e a participação do público reforçaram a ideia de que a inclusão é um processo coletivo e contínuo.
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