A Plural&Singular, marca gerida pelo Núcleo de Inclusão, Comunicação e Media, e a Delegação de Guimarães da Associação de Solidariedade Social dos Professores (ASSP Guimarães) apostaram no desenvolvimento do projeto “Trocar por miúdos – Eu, o outro e o mundo”- conceitos complexos explicados às crianças e jovens” e realizaram de 29 de junho a 29 de julho, 10 sessões dirigida ao público infantojuvenil que frequenta as atividades de tempos livres nas férias de verão.
Autoconhecimento, criatividade, qualidade de vida, diversidade, desinformação, comunicação acessível, resíduos, gestão financeira e cidadania ativa foram os conceitos esmiuçados nestas 20 horas de formação não-formal.
“Trocar por Miúdos” as dificuldades que as crianças e jovens têm para se apresentarem, à imagem do que acontece com muitos adultos, foi o ponto de partida destas sessões de um projeto que a Plural&Singular identificou necessário para explicar vários conceitos complexos às crianças e jovens, nomeadamente, os termos que são abordados nas formações desenvolvidas pelo Núcleo de Inclusão. “As temáticas das formações da nossa organização focam muito a utilização correta da linguagem e apontam para a forma mais inclusiva de comunicar, mas na hora de explicar as palavras-chave utilizadas às crianças e jovens percebemos que a abordagem teria que ser outra”, explica a coordenadora do projeto da Plural&Singular, Sofia Pires.
Nesta iniciativa, a ASSP Guimarães identificou “uma ferramenta inovadora e criativa para abordar conceitos complexos juntos de públicos mais jovens” e enquadrou o desenvolvimento destas sessões “no eixo do Apoio à Educação do projeto ASSP’ XL, que se dedica à educação não formal de crianças e jovens e à dinamização de atividades de tempos livres”. “Ao ler o projeto percebemos que partilhamos muitos objetivos, tais como, desenvolver a consciência social e a empatia, promover a tomada de decisões construtivas e sustentáveis, entre outros”, comenta a psicóloga da ASSP Guimarães, Virgínia Martins. “O ‘Trocar por miúdos’ tem a vantagem de nos oferecer uma metodologia lúdica, prática e aglutinadora de um conjunto de temáticas, facilitando em grande medida o sucesso e alcance desses objetivos”, acrescenta.
Foi com o intuito de agarrar este desafio que o projeto “Trocar por miúdos – Eu, o outro e o mundo” foi criado. Porque, segundo a organização, à medida que se desenhava a melhor maneira de explicar conceitos como a inclusão, a equidade e a diversidade, identificou-se a necessidade de interligar outras dimensões do “eu, do outro e do mundo” para que a dinâmica das próprias sessões conseguisse passar uma mensagem holística. “Estava a parecer muito redutor e até descontextualizado criar sessões, como inicialmente, estávamos a fazer, para explicar conceitos que nos pareciam apenas a parte de um todo que também identificámos como sendo necessário ‘descomplicar’”, esclarece Sofia Pires.
É por isso que das 10 sessões que integram o “Trocar por Miúdos” existem três sessões por dimensão: “Eu”, “Eu e o outro” e “Eu, o outro e o mundo”, sendo que a décima sessão pretende interligar estas três dimensões, fazendo com que as crianças e os jovens reconheçam que têm direitos e responsabilidades, devem demonstrar solidariedade com as outras pessoas e devem estar preparados para dar algo em troca à sociedade. “Acreditamos que nos pode ajudar a desenvolver competências pessoais e sociais nas crianças e nos jovens, potenciar as suas capacidades intelectuais e cognitivas e contribuir para que tenham os meios necessários para assumirem a sua cidadania de pleno direito”, concorda Virgínia Martins.
A potencial parceria com a ASSP Guimarães foi desde logo identificada pelo Núcleo de Inclusão por reconhecer o dinamismo desta entidade e por acreditar que tinha o perfil ideal para identificar as mais-valias deste projeto. “Foi o que aconteceu e tal como a ASSP de Guimarães, também a Plural&Singular não gosta de trabalhar sozinha”, adiantou Sofia Pires. “Consideramos que a nossa missão está alinhada com a missão do Núcleo de Inclusão. Esta parceria junta diferentes saberes o que enriquecerá, com toda a certeza, a dinamização das ações e respetivos resultados”, referiu Virgínia Martins antes do projeto arrancar.
As ações decorreram das 10h00 às 12h00. A um ritmo de duas por semana e foram dirigidas a um grupo heterogéneo, que albergava crianças do 1.º ao 6.º anos de escolaridade, o que constituiu um desafio acrescido para o desenvolvimento da atividade. “Aceitámos o repto e embora a diferença de idades tenha dificultado algumas das interações desenvolvidas, a verdade é que o que se previa aconteceu: aprendemos tanto quanto aquilo que ensinámos, logo o objetivo foi cumprido”, conclui Sofia Pires.
A avaliação formal da iniciativa realiza-se em setembro com o intuito de identificar os pontos fortes e os fracos deste modelo de formação para se tornar pedagogicamente consistente e assim se começar a implementar noutros contextos e junto de outros parceiros.
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